terça-feira, 5 de maio de 2020

D. Quixote de la Mancha (Cervantes)

As plantas ao longo da história do Homem são usadas para a alimentação, na medicina, como símbolos para ilustrar a beleza, tamanho ou forma ou ainda usadas na literatura como muitas funções e múltiplos significados, nomeadamente para ilustrar paisagens ou caracterizar pessoas.

O estudo da obra espanhola,  D. Quixote de la Mancha de  M. Cervantes (1547-1616), serve para compreender e enquadrar, qual a percepção do Homem das plantas e suas utilidades no fim do século XVII. Nesta obra, foram mencionadas várias espécies com distintas aplicações, em especial como elementos de paisagem, as suas utilidades e como expressões simbólicas.

Com aplicações medicinais,  a planta mais abordada foi o alecrim (Rosmarinus officinalis), que segundo a receita de D. Quixote é aplicada para elaboração do "bálsamo de Fierabras", mistura de alecrim, azeite, vinagre e sal, o mesmo elixir usado para embalsamar Jesus. Esta planta após mastigada e misturada com sal também seria aplicada nas feridas. Ainda com aplicações medicinais foram referidas as plantas,  Cerotonia siliqua (alfarrobeira) usada para diarreias, as passas (Vitis vinefera) e amêndoas (Prunus dulcis) para aumentar a memória. 
Com propriedades mágicas é mencionada a Verbena officinalis (jervão) cuja infusão é misturada com vinagre e usada para acordar de um "sono profundo". 

Fonte: Pardo-de-Santayana et al. (2006). Plants in the works of Cervantes, Economic Botany