domingo, 15 de agosto de 2021

Dragoeiro

 Dracaena draco L. é uma espécie endémica da Macaronésia que pertence à família Asparagaceae. A sua resina avermelhada era designada por "sangue de dragão". Os guanches, primeiros colonos da ilhas Canárias, consideravam-na uma árvore sagrada. 

Com inúmeras utilizações, a resina, era usada na medicina e na tinturaria. Na época medieval na Europa continuou-se com aplicação do pigmento.  Mais tarde, no século XVIII, é empregue a resina pelos grandes fabricantes italianos de violinos, como um dos componentes do verniz. 

Na ilha da Madeira, outrora, a resina reduzida a pó e misturada com aguardente e ingerida em casos de contusões internas, adstringente, casos de uretrites e leucorreia, e outros derramamentos internos de sangue. Às feridas era adicionada resina para estancar rapidamente o sangue .

Sabias que?

Antigamente, a resina da árvore era usada como "incenso". 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Nogueira

          A noz, semente de Juglans regia L., encontra-se entre os frutos secos mais apreciados. Pertencente à família Juglandaceae é considerada uma árvore milenar cuja a origem remonta ao Neolítico. Originária da Ásia, as culturas mais antigas que se conhece remontam à Grécia, os gregos chamavam-lhe karuon basilikon (cabeça real) e persikon (origem persa). Em Roma, a árvore tinha reputação de ser sagrada, onde faziam um óleo usado para suavizar manchas no rosto e disfarçar cicatrizes, bem como era apenas ingerida com passas. Nos casamentos romanos atiravam nozes aos noivos como símbolo de fertilidade. As crianças brincavam com elas como se fosse berlindes e as folhas eram utilizadas em infusões para fins medicinais. 

Sabias que?

A noz está associada a superstições, acreditava-se que dormir debaixo de uma nogueira provocava dores de cabeça. Assim como, entre os séculos XIV a XV, fazia-se uma conserva de nozes, mergulhadas em água durante nove dias que depois de secas eram fervidas em mel, gengibre e cravinho, posteriormente eram guardadas em potes durante 3 meses, antes de as consumir. 

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Arroz

O arroz pertence à família Poaceae, primo do trigo e da cevada, sendo considerado a terceira maior cultura cerealífera do mundo. A planta (Oryza sativa L.) é originária da Ásia e já era conhecida no Mediterrâneo antes dos Descobrimentos. Supõe-se que o arroz oriental terá sido levado de Portugal para as ilhas de Cabo Verde e daí para o Brasil. Na África existia outras espécies, antes dos Descobrimentos, algumas ainda hoje cultivadas, embora em áreas circunscritas. 

Esta herbácea adaptada ao ambiente aquático possui várias hastes que culminam numa panícula ereta repleta de espiguetas, e decumbente na maturação. Cada panícula pode possuir centenas de sementes de 5 a 12 mm comprimento com diferentes formas, oblonga, arredondada a recurvada. 

Na ilha da Madeira, apresenta vários usos, alimentar, na cosmética, a água de arroz era utilizada na cosmética para lavar o rosto e ainda medicinal, sendo que eram ingeridas as papas de arroz para problemas do trato intestinal. 

Sabias que?

A produção de arroz no nosso país iniciou-se no século XVIII. Atualmente, Portugal tem uma produção média quando comparada com a média europeia e produz as variedades carolino, agulha, aríete e euro. 

domingo, 6 de junho de 2021

Marmeleiro, Marmelos

    O marmeleiro pertence à família Rosaceae, designado de Cydonia oblonga L. é originário da Ásia. Uma árvore pequena, decídua, que apresenta folhas ovadas a oblongas até aos 10 cm, com flores rosa esbranquiçadas, frutos oblongos amarelos, dourados, que libertam uma doce fragância. 
     Esta árvore era cultivada por assírios e babilónicos, sendo considerada símbolo da felicidade, do amor e da fecundidade. Na antiga Grécia, os noivos comiam marmelos diante a estátua de Vénus para pedir proteção no casamento, e ainda era hábito a noiva mordiscar um pouco de marmelo ao entrar no quarto para perfumar os lábios e o hálito, antes do primeiro contato matrimonial. Para fins medicinais era feita ainda, uma decoção em vinho e mel, o chamado "vinho de marmelos". Os romanos, por sua vez, conservavam os marmelos inteiros e crus dentro de potes para acompanhar pratos de carne, bem como as suas sementes eram usadas para fazer "melium" um óleo na perfumaria. 

Sabias que?

Em finais do século XV, comerciantes portugueses levam a receita da marmelada, doce de marmelo, para Inglaterra. Os primeiros registos surgiram do receituário privado de D. Maria; nomeadamente a variedade lusitanica, caraterística de Portugal, que conferia uma identidade particular à receita de doce. 

terça-feira, 18 de maio de 2021

Dia Internacional do Fascínio das Plantas

 O Dia internacional do Fascínio pelas Plantas é comemorado a 18 de maio e foi lançado pela European Plant Science Organisation (EPSO).  Esta iniciativa procura despertar o entusiasmo e relembrar para a importância da ciência das plantas em diversas áreas, desde a agricultura, à silvicultura, fisiologias, bem como para a sociedade e cultura.


sábado, 20 de março de 2021

Dia da Floresta & Poesia

 Velhas árvores


Estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas.

 O homem, a fera, e o insecto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

 Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

 Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Billac, O.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Betúla ou Vidoeiro

    A família Betulaceae possui 6 géneros; englobando o género Betula sp. 40 espécies, que surgem em locais distintos do hemisfério norte. A maioria são árvores de porte médio, com inflorescências em forma de amentilhos e de sementes aladas. 

Na ilha da Madeira, temos um exemplar deste género, a Betula celtiberica Rohm&Vasc. (sinómino B. alba) que encontra-se naturalizada;  e pode ser encontrada em alguns lugares húmidos e de altitude elevada. É nativa da Península Ibérica. 

De tronco esbranquiçado e utilizada desde tempos imemoriais, era considerada a árvore sagrada dos druídas, representando o começo, a renovação e o renascimento. Assumida como a árvore da Deusa, simbolizava ainda no primeiro nível do druidismo (Bardo), a criatividade, a purificação e disciplina.

No hemisfério norte era associada à pureza, os seus galhos com qualidades de proteção eram usados para aspergir pessoas e locais, e afastar as más energias e espíritos malignos. Aos recém casados eram ofertados pequenos galhos para garantir a fertilidade do casal e no País de Gales eram elaboradas grinaldas, habilmente colocadas sobre os berços para proteger os bebés. 

Sabias que ?

 Em certas regiões da Europa, os agricultores  plantavam bétulas em redor das casas para protegerem-se dos raios e usavam o sumo das folhas para evitar microrganismos no queijo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Ginkgo biloba

    Considerada um "fóssil vivo" esta espécie remonta à Era Mesozoíca, onde convivia com os dinossauros e as coníferas.  É a única espécie representante da família Ginkgoaceae atingindo os 25 - 30 metros de altura. De folhas em forma de leque, esta árvore dioíca, perde as suas folhas amarelas-douradas no Outono. Possui ainda inflorescências sob a forma de amentilhos amarelados, os frutos são ovados amarelados tornando-se acastanhados com  idade, e sendo comestíveis no Oriente.  

     Na ilha da Madeira, podemos encontrar alguns exemplares nos jardins de quintas centenárias ou ainda nos jardins públicos da cidade do Funchal. Atingindo milhares de anos de longevidade, a árvore é cultivada também pelas suas propriedades medicinais. Na China, o imperador Cheng Nong (2700 a.C.), mencionava a mesma como estimulante para circulação. 

Sabias que?

No século XX, após vários estudos efetuados, determinou-se indicações terapêuticas dos extratos das plantas para estados depressivos, perdas de memória, de atenção, vigilância, perturbações auditivas, olfativas e visuais, bem como patologias arteriais crónicas dos membros inferiores.