domingo, 15 de novembro de 2020

A Árvore da Vida

    No passado, as pessoas faziam sacrifícios às árvores para que os espíritos que lá viviam realizassem os seus pedidos. Consideradas como o abrigo dos
espíritos e deuses também são símbolos de um renascimento contínuo e eterno. Muitas árvores têm sido mencionadas como a " Árvore da Vida", a figueira (Ficus sycomorus) no Egipto, a oliveira (Olea europae), a palmeira ( Phoenix dactylifera) e a romazeira (Punica gramatum) no Médio Oriente. 

A  visão da "Árvore da Vida", uma imponente e divina árvore, centro de todo o fluxo de energia que unia os reinos sobrenaturais e o mundo humano percorreu os séculos. Esta árvore com raízes no submundo unia a Terra ao Reino dos Céus, e tornou-se num símbolo universal, o início de toda a criação. 

Na Bíblia, a "Árvore da Vida" está localizada no centro do Jardim do Éden, o "berço" do Mundo onde a ordem divina regulava todos os seres vivos.  Muitas culturas mencionam, que a "Árvore da Vida" se encontrava num alto de uma montanha sagrada e que das suas raízes brotava uma fonte de todo o conhecimento. Através desta, o Homem poderia ascender a níveis superiores de iluminação espiritual, alcançar a salvação e libertar-se de um ciclo de sofrimento eterno. Os seus frutos podiam conceder também imortalidade, tal como os pêssegos (Prunus persica), frutos mencionados no Taoísmo Chinês ou as maças (Malus domestica). Na mitologia grego-romana, os deuses bebiam um doce néctar produzido  de flores, uma divina exalação da Terra, para garantir a eterna juventude e sabedoria. 

Fonte: Carvalho, L. 2011. The Symbolics Uses of Plants, in E. N. Anderson, D. Pearsall, E. Hunn, and N. Turner, Ethnobiology,  Wiley-Blackwell Editions, England.


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